Tudo sobre Freios
Enviado: 06 Jun 2012, 18:16
Olá pessoal!
Bom, existem alguns (vários, na verdade) tópicos que tratam sobre o assunto freios para a família C4. Descobri isso porque estava na hora de trocar tanto as pastilhas, quanto os discos do meu VTR.
Nem todas as informações já disponibilizadas aqui estão centralizadas ou documentadas, então meu intuito aqui é centralizar todas as dicas em um único tópico. Nenhuma informação aqui é uma verdade absoluta! Não sou mecânico, mas tenho muita curiosidade sobre o funcionamento dos componentes dos automóveis (ainda mais nas nossas naves...rsrsrs), portanto qualquer ajuda/sugestão/critica será bem vinda e incorporada ao primeiro post do tópico para que as pessoas não precisem percorrer diversas páginas para encontrar o que precisam.
Muita coisa será retirada de outros tópicos e sempre que possível, colocarei como referência o tópico original da informação.
Notas gerais e curiosidades gerais sobre freios
Todos os veículos da família C4 possuem freio a disco nas quatro rodas, quando na maioria dos automóveis ainda comercializados no nosso querido Brasil, o sistema é composto de freios a disco nas rodas da frente e freios de tambor nas rodas de trás.
Um sistema de freio a disco é basicamente composto de três elementos: disco, pastilha e pistão e a sua eficiência depende de quanto o sistema consegue dissipar o calor gerado pelo atrito quando o sistema é acionado e qual material é empregado nestes elementos (principalmente nas pastilhas). A principal vantagem entre o sistema a disco com relação ao sistema de tambor (composto pelas sapatas, pistão e cilindro, e tambor que “guarda” todos os outros componentes em um local fechado) é que o sistema a disco tem uma melhor capacidade de dissipação de calor por não “ficar enclausurado” dentro de nenhum componente.
Esta é a primeira coisa (dissipação e tolerância ao calor) que precisamos ter em mente quando pensamos em realizar um “upgrade no poder de frenagem do carro”.
Fluído de freio
A grosso modo, em um sistema de freio hidráulico o fluído de freio (óleo de freio) é o componente responsável por transferir a pressão exercida no pedal para os discos/tambores.
Existem dois tipos de fluidos: aqueles à base de silicone (DOT 5) e aqueles não-baseados em silicone (DOT 3, 4 e 5.1 – ou também conhecidos como base de glicol). Esta classificação silicone/não-silicone pode parecer meio absurda, mas é assim que a FMCSA (Federal Motor Carrier Safety Administration – EUA) classifica os fluídos.
A principal diferença entre estes dois grupos é que o DOT 5, por ter base de silicone não absorvem água, fazendo dele um óleo mais estável (que possui uma menor variação de temperatura, porém por não absorver a água, qualquer partícula que entrar no sistema de freio poderá criar bolsões, o que pode comprometer todo o sistema de freio.
Dentre os fluídos a base de glicol, a diferenciação é entre o ponto de ebulição do óleo:
- DOT 3 – seco – 205 °C
- DOT 3 – molhado – 140 °C
- DOT 4 – seco – 230 °C
- DOT 4 – molhado – 155 °C
- DOT 5.1 – seco – 260 °C
- DOT 5.1 – molhado – 180 °C
Na linha C4, o fluído de freio original e indicado no guia técnico é o DOT 4 da Bosch, porém se você faz um uso severo (track-day, freadas bruscas), é interessante fazer a troca por um fluído DOT 5.1 quando for trocar as pastilhas e discos (não há relação com as trocas, porém você já pode dar “aquela geral” e quando for mexer em um componente, já troca o outro). O preço médio (em julho de 2012) de 500ml do Bosch DOT 4 é de R$15,00 e o do 5.1 é R$23,00, ou seja, não é uma diferença tão grande de um para o outro.
Não consegui achar com precisão nos manuais técnicos da Citroën a capacidade do reservatório de fluído do freio, mas no c4owners existe um tópico que diz que a capacidade é um litro, sendo que você precisará de dois litros para fazer a sangria completa do sistema.
Além da Bosch, a Varga (TRW) é uma marca muito conhecida no mercado brasileiro e padrão em diversos carros (Corolla, Fit, Meriva, Pólo, etc). Os da Bosch trazem um valor maior de tolerância maior com relação ao padrão internacional de resistência ao calor (tabela de temperaturas citada acima). Para os fluídos da Bosch, a tolerância de temperatura é:
- DOT 3 – seco – 230 °C
- DOT 3 – molhado – 145 °C
- DOT 4 – seco – 250 °C
- DOT 4 – molhado – 170 °C
- DOT 5.1 – seco – 270 °C
- DOT 5.1 – molhado – 190 °C
Para os fluídos da Varga, a tolerância de temperatura é (não me passaram sobre a temperatura de ebulição no molhado):
- DOT 3 – seco – 230 °C
- DOT 4 – seco – 260 °C
- DOT 5.1 – seco – 260 °C
IMPORTANTE: não se deve misturar marcas e tipos de fluído de freio, ou seja, não se deve “completar” o reservatório. Quando o nível do fluído estiver baixo, você deverá fazer a sangria de todos sistema (tirar todo fluído velho) e colocar o novo.
O seguinte vídeo da Brembo explica a teoria de como o sistema funciona (é demostrado na Ferrari de F1, mas a teoria é a mesma):
Bom, existem alguns (vários, na verdade) tópicos que tratam sobre o assunto freios para a família C4. Descobri isso porque estava na hora de trocar tanto as pastilhas, quanto os discos do meu VTR.
Nem todas as informações já disponibilizadas aqui estão centralizadas ou documentadas, então meu intuito aqui é centralizar todas as dicas em um único tópico. Nenhuma informação aqui é uma verdade absoluta! Não sou mecânico, mas tenho muita curiosidade sobre o funcionamento dos componentes dos automóveis (ainda mais nas nossas naves...rsrsrs), portanto qualquer ajuda/sugestão/critica será bem vinda e incorporada ao primeiro post do tópico para que as pessoas não precisem percorrer diversas páginas para encontrar o que precisam.
Muita coisa será retirada de outros tópicos e sempre que possível, colocarei como referência o tópico original da informação.
Notas gerais e curiosidades gerais sobre freios
Todos os veículos da família C4 possuem freio a disco nas quatro rodas, quando na maioria dos automóveis ainda comercializados no nosso querido Brasil, o sistema é composto de freios a disco nas rodas da frente e freios de tambor nas rodas de trás.
Um sistema de freio a disco é basicamente composto de três elementos: disco, pastilha e pistão e a sua eficiência depende de quanto o sistema consegue dissipar o calor gerado pelo atrito quando o sistema é acionado e qual material é empregado nestes elementos (principalmente nas pastilhas). A principal vantagem entre o sistema a disco com relação ao sistema de tambor (composto pelas sapatas, pistão e cilindro, e tambor que “guarda” todos os outros componentes em um local fechado) é que o sistema a disco tem uma melhor capacidade de dissipação de calor por não “ficar enclausurado” dentro de nenhum componente.
Esta é a primeira coisa (dissipação e tolerância ao calor) que precisamos ter em mente quando pensamos em realizar um “upgrade no poder de frenagem do carro”.
Fluído de freio
A grosso modo, em um sistema de freio hidráulico o fluído de freio (óleo de freio) é o componente responsável por transferir a pressão exercida no pedal para os discos/tambores.
Existem dois tipos de fluidos: aqueles à base de silicone (DOT 5) e aqueles não-baseados em silicone (DOT 3, 4 e 5.1 – ou também conhecidos como base de glicol). Esta classificação silicone/não-silicone pode parecer meio absurda, mas é assim que a FMCSA (Federal Motor Carrier Safety Administration – EUA) classifica os fluídos.
A principal diferença entre estes dois grupos é que o DOT 5, por ter base de silicone não absorvem água, fazendo dele um óleo mais estável (que possui uma menor variação de temperatura, porém por não absorver a água, qualquer partícula que entrar no sistema de freio poderá criar bolsões, o que pode comprometer todo o sistema de freio.
Dentre os fluídos a base de glicol, a diferenciação é entre o ponto de ebulição do óleo:
- DOT 3 – seco – 205 °C
- DOT 3 – molhado – 140 °C
- DOT 4 – seco – 230 °C
- DOT 4 – molhado – 155 °C
- DOT 5.1 – seco – 260 °C
- DOT 5.1 – molhado – 180 °C
Na linha C4, o fluído de freio original e indicado no guia técnico é o DOT 4 da Bosch, porém se você faz um uso severo (track-day, freadas bruscas), é interessante fazer a troca por um fluído DOT 5.1 quando for trocar as pastilhas e discos (não há relação com as trocas, porém você já pode dar “aquela geral” e quando for mexer em um componente, já troca o outro). O preço médio (em julho de 2012) de 500ml do Bosch DOT 4 é de R$15,00 e o do 5.1 é R$23,00, ou seja, não é uma diferença tão grande de um para o outro.
Não consegui achar com precisão nos manuais técnicos da Citroën a capacidade do reservatório de fluído do freio, mas no c4owners existe um tópico que diz que a capacidade é um litro, sendo que você precisará de dois litros para fazer a sangria completa do sistema.
Além da Bosch, a Varga (TRW) é uma marca muito conhecida no mercado brasileiro e padrão em diversos carros (Corolla, Fit, Meriva, Pólo, etc). Os da Bosch trazem um valor maior de tolerância maior com relação ao padrão internacional de resistência ao calor (tabela de temperaturas citada acima). Para os fluídos da Bosch, a tolerância de temperatura é:
- DOT 3 – seco – 230 °C
- DOT 3 – molhado – 145 °C
- DOT 4 – seco – 250 °C
- DOT 4 – molhado – 170 °C
- DOT 5.1 – seco – 270 °C
- DOT 5.1 – molhado – 190 °C
Para os fluídos da Varga, a tolerância de temperatura é (não me passaram sobre a temperatura de ebulição no molhado):
- DOT 3 – seco – 230 °C
- DOT 4 – seco – 260 °C
- DOT 5.1 – seco – 260 °C
IMPORTANTE: não se deve misturar marcas e tipos de fluído de freio, ou seja, não se deve “completar” o reservatório. Quando o nível do fluído estiver baixo, você deverá fazer a sangria de todos sistema (tirar todo fluído velho) e colocar o novo.
O seguinte vídeo da Brembo explica a teoria de como o sistema funciona (é demostrado na Ferrari de F1, mas a teoria é a mesma):