C4-Clube.com

[dacoregio]

Amigos, segue abaixo carta endereçada agora a Citroen sob chamado 0243175:

Senhores, diante de tantos problemas grandes possíveis, tentei, mas não consegui deixar minha pequena indignação calada.

Favor endereçar minha redação diretamente a parte técnica. Sem instrução mínima na área de lubrificantes, minhas palavras não irão ter valia.

Meu nome é Marcelo Monteiro Da Correggio, proprietário de Citroen C4 Hatch GLX 1,6 Flex ano 2009/2010.

Não queria aparecer com um “carteiraço”, porem sinto-me na obrigação CIVIL!!
Sou Engenheiro Mecânico sob CREA SC-68780/D e Responsável Técnico de Inspeção Veicular InMetro com Desempenho de Cargo/Função sob número de ART 20113387964 com contrato atual desde 05/08/2011, porem exercendo cargo desde Janeiro de 2009.

Assustei-me como este motor 1,6 consome óleo lubrificante de motor. Porem, dentro do prazo de 1 ano de garantia, fiz tudo que a autorizada recomendava.

Inclusive, observei com extremo desgosto a ordem absurda que foi passada a outros clientes, proprietário de veículos com motor 2,0.

É de conhecimento técnico comum e publico, que na classificação API que fala sobre capacidades detergentes do óleo, um óleo que tem o API iniciado pela letra S deve ser usado somente em veículos com motor ciclo Otto. Assim, um API SJ, SL, SM e atualmente SN, só pode ser utilizados em veículos Gasolina, Etanol, Flex e GNV.

Óleo com API iniciado por C, só devem ser utilizados por veículos com motores ciclo Diesel.

Há óleo que tem API especificado como por exemplo SL/CF, que permitem seu uso tanto em ciclo Otto como em ciclo Diesel

Pois a minha pergunta A formula-se agora: Por que a montadora recomendou o uso de óleo Total com API CF, onde no rótulo é clara a mensagem DIESEL em letras garrafais para motores ciclo Otto 2,0, acionados por gasolina e etanol?

Ou seja, abastecem C4 Hatch, Pallas, Picasso e o escambal com o óleo para o motor da Jumper!!!

O aditivo do óleo ajuda a recolher os depósitos de carbono resultante da queima incompleta de combustível. Com o uso do aditivo errado, os depósitos não são adequadamente removidos e o óleo praticamente sai tão claro como entrou no motor. Um absurdo esta instrução da montadora!!

Quantos clientes não estão sendo lesados por tão ignorantes instrução, onde seus motores circulam utilizando óleo inadequado ao tipo de carbonização que produz? Ao findar da garantia, quem irá pagar a conta do monte de lixo carbonizado dentro destes equipamentos?

Vamos ao caso 2:

Em Outubro de 2011, passado o prazo de troca do óleo do meu veículo, me dirigi à autorizada Citroen, levando o óleo de minha preferência.

Prefiro não comentar ainda qual é a autorizada, pois sei que tais ordens partiram da montadora.

Lá, ao vislumbrarem minhas reluzentes garrafas de óleo Mobil Eco-Power 5W30 API SM, a princípio me foi negado à troca de óleo, pois somente é permitida a substituição por lubrificantes Total.

Dada minha experiência de saber que a Engenharia da Citroen do Brasil não sabe diferenciar tipos de lubrificantes, me senti totalmente à vontade para escolher o óleo adequado para meu veículo. Se com a minha instrução eu não puder fazer, quem o fará?

Como eu tinha me deslocado 65 km para fazer esta troca de óleo, me senti muito indignado em perder a viagem. Disse que se a troca não fosse feita, que poderiam riscar meu nome do cadastro.

A contra gosto, sob anotação na ordem de serviço onde eu me responsabilizei, foi feita a troca.

Um ano depois, mais especificamente hoje, liguei novamente a mesma autorizada agendando uma troca de óleo. Avisei que eu levaria o óleo e o serviço me foi negado.

Ou seja, posso entender que alem de ter que cumprir com a norma da montadora que cita a utilização exclusiva de lubrificantes Total, eu estava em um típico caso de compra casada, onde eu somente teria o óleo trocado se comprasse o óleo na autorizada.

É mais ou menos como se eu fosse a uma feira e só pudesse levar maças se também comprasse laranjas.

A PSA francesa é proprietária das marcas Citroen, Peugeot, Michelin, Total...
Assim, é mais que claro que seus produtos, pela política de cooperação entre os departamentos, sejam conjugados.

No Brasil, infelizmente, não temos os melhores óleo da Total.

A última e mais moderna classe de aditivação disponível para motores ciclo Otto é a API SN (norma americana) e ACEA A5 (norma européia).

No manual de manutenção do meu veículo é instruído na página 12 que a norma a ser seguida para lubrificantes é SAE 5W40 ou 15W50 com ACEA A3 e API SL.

Esta disposição de qualidade é mínima, ou seja, posso utilizar um óleo mais atualizado, coisa que a Citroen não tem em estoque e a Total não disponibiliza no Brasil.
E o maior dos “poréns” me faz formular a pergunta B: Se eu, com minha formação e minha experiência de trabalho, não tiver poder para formar opinião na área, quem o teria?

Minha indignação se concentra no ponto de que, se tenho capacidade de técnica para avaliar qual o melhor lubrificante para o meu automóvel, se vejo que a Citroen não tem, se vejo que a Citroen e a Total não disponibiliza produtos que eu acho adequado ao veículo de MINHA PROPRIEDADE, sob MINHA RESPONSABILIDADE, por que ainda não posso comprar a mão de obra da autorizada Citroen?

Sem querer esperar uma resposta que me satisfaça (que, aliás, acho que não terei...), fui ao mecânico de minha confiança, que fez a troca e me cobrou R$ 29,50 incluído o filtro do óleo. Lá, ele sem comentários contra, pois eu aprendo com ele e vice-versa, abasteceu meu motor com Lubrax Tecno 15W40 API SN – ACEA A3.

Não acho adequado o controle de qualidade dos produtos e serviços Citroen estarem no CLIENTE.

Claro que muito mais gente deve saber destes fatos e assim melhor avaliarem suas futuras compras, pois o dinheiro para compra dos espetaculares veículos fabricados por esta marca foi ganho com muito trabalho.

Assim, me sinto no dever CIVIL de debater tais assuntos em redes sociais como o Facebook e fóruns na internet como o C4 Clube.

Uma cópia em inglês desta redação será enviada a matriz na França.

Minha escala de valores ganha dados para pontuar se serei novamente cliente Citroen ou não. Na certeza que eu não farei muita falta, pois, uma andorinha só não faz verão, no mínimo, deixarei outros atuais e futuros clientes da marca cientes da política desta empresa, que na minha visão, não é a correta.


Sinceramente

Engº Marcelo Monteiro Da Correggio
dacoregio@gmail.com
(46) 9114-4387

[dacoregio]

Resposta: 28/12/2012 20:02

Olá
Senhor Marcelo,

Agradecemos seu contato e informamos que abrimos um registro de reclamação em seu nome, sob o número 454946, em nosso Serviço de Atendimento ao Cliente Citroën (SACC), e o redirecionamos à concessionária Provence - Pato Branco para que se possam tomar providências e para que o senhor possa ser contatado em resposta à sua reclamação.

Continuamos à disposição para eventuais esclarecimentos, por meio do telefone 0800 011 80 88. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8 h às 20 h, e um de nossos analistas poderá ajudá-lo.

Merci,

CITROËN DO BRASIL

No Facebook:

Olá Engº Marcelo! Muito obrigado por sua colaboração para com nosso facebook. Iremos encaminhar suas observações para que sejam avaliadas pelo nosso departamento responsável. Enquanto isso gostaríamos de saber se chegou a efetuar algum registro de sua reclamação aqui http://goo.gl/JsLPu, pois neste link você poderá nos informar os seus dados pessoais, o chassis do seu Citroën C4, e a concessionária a qual lhe prestou tal serviço insatisfatório. Após o devido registro, pedimos a gentileza de nos informar aqui no Facebook o número do chamado fornecido, para que assim possamos tomar as medidas cabíveis ao seu caso. Aguardamos um breve retorno e obrigado mais uma vez por compartilhar o seu conhecimento em nosso mural. Atenciosamente, Citroën do Brasil.