Já faz algum tempo que a Argentina apertou o cerco ao importadores de carros no país. Para vender importados nos país dos hermanos as empresas estavam tendo que exportar o mesmo valor, além de várias outras barreiras para segurar a entrada de autos. Houve notícias de alguns importadores até mesmo cogitando cancelarem suas atividades por lá.
Hoje lí no Autoentusiastas que saiu a retaliação do Brasil:
Nesse início de tarde saiu a notícia-bomba: carros prontos e autopeças não terão mais licença de importação automática, ou seja, para importar a partir de hoje (12), só com licença prévia. Tudo indica tratar-se de retaliação à Argentina...
O alerta é para quem estiver comprando, ou pensando em comprar, carro argentino que atrasos, ou até mesmo a falta dos mesmos, pode ocorrer daqui pra frente pois fica à vontade do governo liberar ou segurar a entrada dos veículos no Brasil.
E conhecendo nosso governo, nada impede que carros coreanos, franceses, alemães etc entrem nessa equação também.
Vamos aguardar o desdobramento dessa noticia....essa nao foi uma boa noticia para nós do C4...afinal ou é da Espanha ou da Argentina...e para os modelos futuros vai ser tudo importado.....
Pois é...
Mas se ela entrou em vigor hoje, dia 12, cadê a regulamentação? Pq ninguém ouviu falar nisso antes?
E dizer que o governo vai emitir ou não a licença ao seu bel prazer é bem coisa de jornalista que não sabe o que está falando. Bem daquele tipo que não é especialista em nada e escreve sobre tudo.
Quais as condicionantes dessa licença? O que isso representa financeiramente?
Se isso for verdade, é o fim da picada! Retrocesso total e absurdo!
Mas vamos pesquisar mais informações a respeito.
Art. 16. O Licenciamento Automático será efetivado no prazo máximo de DEZ dias úteis, contados a partir da data de registro no Siscomex, caso os pedidos de licença sejam apresentados de forma adequada e completa.
Art. 17. No Licenciamento não Automático, os pedidos terão tramitação de, no máximo, 60 (SESSENTA) dias corridos.
Parágrafo Único. O prazo de 60 (sessenta) dias corridos, estipulado nesse artigo, poderá ser ultrapassado, quando impossível o seu cumprimento por razões que escapem ao controle do Órgão anuente do Governo Brasileiro
licenciamento automático : atendidos os requisitos legais e providenciando-se o registro da Declaração de Importação junto ao SISCOMEX, processa-se diretamente o desembaraço aduaneiro das mercadorias.
No licenciamento não-automático, o importador deverá prestar as informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal, previamente ao embarque da mercadoria no exterior ou antes do despacho aduaneiro, conforme o caso.
Eu acho que que o alvo é mesmo a Argentina que está segurando e muito a entrada de produtos brasileiros lá, inclusive alimentícios.
Mas as 4 grandes podem pressionar o governo nesse momento em que o mercado deu uma pequena segurada, mas os importados ainda estão em pleno crescimento.
Principalmente os coreanos e chineses que são os que mais roubam mercado deles.
E cada dia parado na alfandega é prejuizo certo. Não só pela demora para revender como pelas taxas portuárias para estocagem.
Ontem, no Jornal da Globo disse que 60% dos carros do brasil, vem da argentina ou dependem de peças feitas, lá...
Não acho que seja, lobby, pois a VW, GM, etc, tb depende da Argentina...
[b][color=#000040]Imagina nóis de Audi, ou de [u]Citröen[/u], indo aqui, indo ali, Só pam, De vai e vem,
Aí truta, é o que eu acho, Quero também,
[u]Mas em São Paulo, Deus é uma nota de 100,[/u]
VIDALOKA!!![/color][/b]
Para quem ainda se interessa pelo assunto, segue abaixo, excelente artigo do Blog do Sakamoto....
As multinacionais sempre ganham no final
Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, explicou, nesta segunda (16), que o fim das licenças automáticas para a venda de automóveis e autopeças – adotada pelo país – tem o objetivo de proteger a indústria nacional, pois haveria um desequilíbrio nas relações comerciais nesse setor. A informação é da Agência Brasil.
Na prática, a medida faz com que o processo de entrada desses produtos no Brasil possa demorar até 60 dias para ser aprovada e deve impactar o comércio com Argentina, México e Coréia do Sul. O ministro havia negado na semana passada, quando a medida foi anunciada, que se tratasse de retaliação às barreiras impostas aos produtos brasileiros. Ou seja, é sim retaliação.
Não vou entrar no mérito da discussão do comércio internacional, mas aproveitar o gancho para outro assunto. Sou a favor de defender a indústria nacional, básico, por várias razões (exceto os argumentos brotados de babaquices patrióticas). Mas isso não significa que tenhamos que, no intuito de apoiar o desenvolvimento nacional, fechar os olhos para a caca feita em nosso quintal. Ou ignorar que contrapartidas existem para serem exigidas.
Por exemplo, durante o pico da crise econômica mundial, a General Motors demitiu 744 trabalhadores de sua fábrica em São José dos Campos (SP) sob a justificativa de “diminuição da atividade industrial”. Mesmo após ter recebido apoio da União e do governo do Estado de São Paulo no sentido de facilitar a compra de seus produtos por consumidores. Vale destacar que o setor também é beneficiário de recursos oriundos de fundos públicos, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, ou seja, pertencentes aos trabalhadores.
Alguns “especialistas” disseram e escreveram que o Ministério do Trabalho e Emprego e sindicatos faziam uma chiadeira irracional, quando pediam contrapartidas à cessão de linhas de crédito ou corte de impostos vinculada à manutenção de empregos. Juravam que empresas não podem operar esquecendo que estão inseridas em uma economia de mercado, buscando a taxa de lucro média para continuar sendo viável. Em outras palavras, defendiam que não dava para esperar que o capital fosse dilapidado da mesma forma que o trabalho em uma crise.
Essa “regra do jogo” me faz lembrar um restaurante self-service. Você passa com a bandeja e escolhe o que quer e o que não quer para o almoço. O que é bom coloca no prato, o que é ruim vira xepa para a massa se servir depois. Traduzindo: o Estado tem que garantir e ajudar o funcionamento das empresas, mas as empresas não podem sofrer nenhuma forma de intervenção em seu negócio. Um liberalismo de brincadeirinha, de periferia do mundo, com um Estado atuante, mas subserviente ao poder econômico, em que o (nosso) dinheiro público deve entrar calado para financiar os erros alheios. Privatizam-se lucros, estatizam-se prejuízos.
O setor automobilístico lucrou muito nos últimos anos no país. O que, é claro, se traduz em empregos, geração de renda, impostos e tudo o mais. Por isso, é interessante como diretores de federações de patrões e economistas ligados a empresas que defenderam a redução salarial com manutenção de jornada durante a crise se arrepiam até hoje quando sindicatos e alguns parlamentares pressionam pela diminuição de jornada de 44 para 40 horas semanais com manutenção salarial. Para eles, isso é pecado, coisa do mal.
O governo tem a obrigação sim de exigir contrapartidas de quem vai receber recursos ou benefícios devido a uma crise econômica – aliás, esse era o momento ideal para isso – e mesmo fora dela. E quando ele age internacionalmente para proteger ou beneficiar um setor aqui instalado esse setor deve garantir algo em troca.
Outro ponto que deveria ser cobrado como contrapartida é a redução dos salários de executivos sempre que houver qualquer prejuízo ao salário da massa trabalhadora. Que tal propor também a eles redução de salário sem redução de jornada? Ou que fiquem em casa alguns meses, vivendo do teto do seguro-desemprego, até que a situação melhore? Até nos Estados Unidos, berço da crise, parlamentares exigiram como condição para conceder empréstimos públicos que as empresas dessem transparência sobre os ganhos de altos executivos de grandes empresas. Por que não adotamos aqui também?
Em momentos difíceis é que direitos trabalhistas e sociais têm que ser reafirmados, garantidos, universalizados e não o contrário. Pois é nesta hora que a população que sobrevive apenas de seu salário está mais fragilizada. E é em momentos como esses que sabemos quem é socialmente responsável. As empresas sérias se sobressaem, diante daquelas que desejam se aproveitar do momento. Ou alguém acredita, sinceramente, que uma vez retirados, direitos voltarão a ser garantidos?
Por fim, não são poucos os casos detectados de contaminação da cadeia produtiva do setor automobilístico com matéria-prima de fazendas e carvoarias presentes na “lista suja” do trabalho escravo do governo federal. Ou de produtores relacionados na lista de embargos ambientais do Ibama. Até agora, nenhuma montadora aderiu ao Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, que reúne mais de 20% do PIB brasileiro contra esse crime. Ou expôs uma política consistente para garantir que o aço que consome não tenha usado ferro gusa produzido com carvão de desmatamento ilegal da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal.
Lembrando que o capital não conhece fronteiras, em última instância a montadora de lá é a montadora daqui. Na maioria dessas disputas, perdem trabalhadores brasileiros, argentinos, mexicanos ou coreanos, dependendo da brisa que sopra no momento. A única certeza é que as multinacionais sempre ganham no final.
[b][color=#000040]Imagina nóis de Audi, ou de [u]Citröen[/u], indo aqui, indo ali, Só pam, De vai e vem,
Aí truta, é o que eu acho, Quero também,
[u]Mas em São Paulo, Deus é uma nota de 100,[/u]
VIDALOKA!!![/color][/b]